quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

AS CHEIAS DO SADO E CAMPILHAS


Num Inverno que tem sido de seca,há mais de 2 meses que não chove,recordamos anos chuvosos,citando dois factos que estão vivos na nossa memoria.
A imagem maior mostra a construção do viaduto que liga a Ponte dos Arcos á Ponte sobre a via férrea, em dia de cheia no Sado mas  isto tem uma historia que vou contar.Quando os técnicos da divisão de Pontes da ex-Junta Autónoma das Estradas começaram os estudos não acreditaram que em anos chuvosos o rio saia das margens inundando toda a varzea e preparavam-se para projetarem um aterro entre as duas pontes,apesar de serem informados,acontece que nesse ano aconteceu uma das grandes cheias,o amigo Chico Guerreiro,por coincidência    cunhado do Eng. Sabino,irmão da Professora D. Judite Sabino Guerreiro,um dos tecnicos responsáveis,
pediu-me que fotografasse a cheia mostrando onde a agua chegou,tendo por referencia uma oliveira da horta do Snr.Costa,junto da via ferrea. Foi essa foto que convenceu os tecnicos para projetarem o Viaduto,em vez do aterro que sendo construido,iria provocar,em situação de grandes cheias,a inundação da via ferrea e da Estação,onde circulam os comboios da linha do Sul,fiquei feliz por ver que uma foto minha,um dos meus óbis,ajudou a resolver um problema que teria graves consequências.
Sobre cheias nos rios vou recordar um caso trájico que está bem vivo nas minhas memórias de infância. estavamos na década de 30 do Sec.XX,era ainda criança e brincava  junto de casa,Posto da GNR,o Inverno era bastante chuvoso,as cheias tinham alagado toda a várzea,até perto da passagem de nível,mas nesse horrivel dia o Sado tinha voltado ao seu leito,a corrente era muito forte,para passagem havia uma estreita pinguela com arame num dos lados para apoio,uma menina de 14 anos e seu tio voltavam ao Monte Coitos onde viviam,a menina assustada com a violência da corrente,caiu para o rio,seu tio atirou-se procurando salvá-la,os dois foram arrastados e não resistiram,sendo os seus corpos encontrados a centenas de metros,já sem vida,encalhados nos arbustos das margens,trajédia que comoveu toda a população,não cito nomes,mas ainda existem vários familiares,não mais esqueci apesar de já terem decorrido quási 80 anos. Nos dias de cheias toda a população vinha observar,do adro da Igreja,ou Detrás dos Quintais viam-se as cheias de Campilhas e Sado,o terraço de minha casa,onde hoje está o Algazarra Bar era o miradouro principal,os mestres sapateiros que trabalhavam na oficina de meu sogro,na brincadeira,cobravam alguns centavos,para no 1º de Maio comerem o Borrego.
Fiz largas dezenas de fotos,mas poucas existem,como as que coloquei aqui.Com a construção da Barragem do Monte da Rocha,no Sado,não voltou a haver cheias e o leito do rio é hoje um matagal,merecendo que o Ministério do Ambiente intervisse.

8 comentários:

  1. O senhor repete aqui os erros que já cometeu em post anterior sobre as pontes de Alvalade.
    Na altura enviei-lhe uma nota a pedir a correcção mas não obtive resposta.
    Como reincide, vou chamar-lhe aqui a atenção para eles:
    O meu Pai, a quem o senhor se refere como Engº Sabino não era irmão de D. Judite Sabino Guerreiro. Por consequência, não era cunhado do seu amigo.
    Facto este que, ainda hoje, deve ser fácil de comprovar em Alvalade junto da família próxima da senhora. Havia um parentesco sim, mas não eram irmãos.
    Ora esta falha dá logo a medida da objectividade dos factos.
    E os factos são: a ponte dita dos arcos foi projectada pelo Prof. Edgar Cardoso numa época em que meu Pai nem sequer era engenheiro da J.A.E.. A apresentação e a datação deste projecto estão bem documentados pois ele esteve na génese do que é o hoje o L.N.E.C..
    A intervenção de meu Pai tem lugar com a direcção da obra do viaduto sobre o caminho-de-ferro, cujo projecto era do Engº Mascarenhas Lemos e, mais tarde, sim com o projecto e a direcção de obra da chamada ponte seca. Destinada a alargar a secção de escoamento que era deficiente, como o senhor refere.
    O curioso é que o senhor menciona um único nome e esse nome não está ligado ao projecto que o senhor critica.
    Posto isto, é de elementar justiça corrigir o tiro, não acha?

    Jorge Sequeira

    P.S. Noto que a foto da cheia, da qual tenho uma cópia, é de sua autoria.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Peço desculpa se houve erro na minha mensagem,mas limitei-me a relatar a informação que me deram na época.Referia-me ao viaduto da Várzea que em principio seria um aterro,depois da foto que fiz e que o amigo Francisco Guerreiro,esposo da professora Judite Sabino Louro,enviou é que o projeto foi alterado.
      Quanto á primeira nota que enviou,realmente não vi,
      as minhas desculpas.

      Eliminar
  2. Pela minha parte, está encerrado o assunto.
    É que de facto a única obra que meu Pai projectou foi justamente esse viaduto.
    Estranharia eu que ele, sendo de Garvão, e conhecendo bem a zona não soubesse que o Sado nesse tempo transbordava e até onde o fazia.
    Cumprimentos

    Jorge Sequeira

    ResponderEliminar
  3. Também considero o assunto encerado,mas o que estava em causa é o primeiro estudo,projetaram a Ponte, o Viaduto sobre o C/ferro e um aterro e só depois da foto da cheia a JAE decidiu fazer o Viaduto que o pai do Snr. executou. O tal amigo Guerreiro estava em contacto com o Eng.Sabino. Isto são informações que tive conhecimento

    ResponderEliminar
  4. Pois. Mas pouco credíveis, como se viu.
    Confundir um cunhado com um parente dá essa medida de credibilidade.
    Suponhamos, por absurdo, de que se tratava mesmo de um cunhado e de uma pessoa de Alvalade. Isso seria ainda mais estranho - ser daí e não conhecer o regime do rio.
    Desconheço em absoluto os trâmites da obra em causa, não era sequer nascido, mas o regime dos rios e o seu nível máximo de cheia quando se projecta uma estrada, uma ponte, não são coisas que se meçam a olho nem por ouvir dizer, reportam-se a dados fornecidos pelos Serviços Hidráulicos.
    Tenho em arquivo vários projectos de pontes onde tal é expressamente referido.

    Cumprimentos

    ResponderEliminar
  5. Apesar de ambos darmos o assunto por encerrado,vou prestar mais alguns esclarecimentos.o tal amigo Guerreiro que citei er funcionário da Estação de Culturas Regadas,trabalhava com os Engºs.Castelo Branco,Alves e Araujo,era filho da dona da Pensão,unica em Alvalade,onde residiam os Engºs e todos os tecnicos que vinham a esta zona,convivia com todos,eu fazia parte da tertulia que se juntava no Café local,era esposo da professora D.Judite Sabino Louro e dizia que um irmão desta era tecnico na JAE,dai me ter pedido para fazer a foto da grande cheia,que segundo me disse provocou alteração no projeto,de aterro para viaduto. Por ter vivido nessa época já tenho mais de 80 anos e passo o meu tempo a escrever ,neste blog,as historias de Alvalade nos ultimos 80 anos,quando aqui cheguei. Não quero dizer que não erre,mas preocupe em escreve apenas o que na minha convicção é a Verdade. Agradeço ao Snr.,que não conheço,ter visualizado o meu Blog que hoje atingiu as 10.000 visualizações ,no pais,na Europa,Asia Africa e Américas. Mais uma vez as minhas desculpas,se errei,e o meu muito obrigado.

    ResponderEliminar
  6. Enviei-lhe uns elementos por correio electrónico.
    Espero que tenham interesse para a sua história de Alvalade.

    Cumprimentos

    ResponderEliminar
  7. Agradeço a sua amabilidade,tudo o que diz respeito a Alvalade me interessa,embora tenha nascido no Castelo da bela cidade de Sines,hoje felizmente transformada no mais importante porto da Europa.

    ResponderEliminar