segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Fado-Património Imaterial da Humanidade

Foi com natural emoção que ontem tivemos conhecimento que a UNESCO considerou o Fado Português património da Humanidade,conjuntamente com Mariachi,do México e depois do Tango argentino e do Flamengo sevilhano,nada mais justo.Para Alvalade também é importante por ter sempre mostrado apreço por esta expressão artistica tão popular.
Quando nos anos 60 e 70 do sec. 20,produzimos no Cinema Alvalade inesqueciveis espetaculos musicais sempre incluimos Fadistas e tivemos o gosto de apresentar em palco com a sala cheia,dos mais conhecidos artistas,dos vivos, recordamos,Maria da Fé (que ainda canta até que a voz lhe doa)Ada de Castro,Ana Hortense(criadora do Fadinho Serrano) ,Maria Armanda e tantos outros,dos já falecidos recordo com saudade Fernando Farinha (o miudo da Bica) e o famoso Tristão da Silva.Por  motivos óbvios não foi possivel trazer  Amália e Carlos do Carmo.As enchentes foram uma nitida demonstração do gosto dos Alvaladenses pelo Fado.As sessões organizadas pela Casa do Povo,nos ultimos tempos em prol do Lar de Idosos, que se vai iniciar em breve,também costumam encher a Sala,outra prova do gosto pelo Fado,Também temos entre nós excelentes amadores do Fado,Isabel Silvestre,José Rato,João Sobral,Fátima Santos,Maria Jorge,e das mais Jovens ,Sónia Silva,Silvana e Inês Silva.Tudo isto justifica que o Viver Alvalade não fique sem uma referência a tão importante acontecimento cultural para o nosso pais. Há dois anos,quando já se tinha iniciado o processo de candidatura tive o prazer de participar num Cruzeiro no navio Funchal com a Temática Fado,organizado pelo Museu do Fado,onde estiveram o autor do processo Dr. Rui Vieira Nery,Drª Sara Pereira,diretora do Museu,Carlos do Carmo e família,Cuca Roseta,Lina Rodrigues,Mário Pacheco,famoso guitarrista e outros artistas,foi uma semana muito agradável.houve Fado,palestras sobre o processo que agora terminou com êxito e passeios por Marrocos e Espanha. Mas antes de terminar quero também referir os Mexicanos cantores dos chapéus grandes,violas e jaquetas pretas,com as suas esporas nas botas,os Mariachis,agora também património imaterial da humanidade,e que os Alvaladenses muito admiravam em muitos filmes que exibi no Cinema Alvalade.Para o Fado e para os Mexicanos as maiores felicitações e desejos de grandes êxitos em todo o Mundo Cultural do Viver Alvalade.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Os Pastores de ovelhas

Entre as varias atividades dos trabalhadores rurais sempre tive especial admiração pelos Pastores.Na minha atividade comercial,contactei com eles e suas familias,nos anos 40 do sec.XX,como caixeiro,a partir dos anos 60 na M/loja como
comerciante.O seu trabalho era de 24 horas por dia,sempre junto do seu rebanho,suportando as agruras dos inverno e os calores do Verão,de 15 em 15 dias tinham umas horas para vir fazer a barba,vestir roupa,era assim que diziam,ver a familia e levar mantimentos,quando o pastoreio não era muito longe as esposas,ou companheiras,iam visita-los e levar coisas que tinham falta.Nos anos 40 auferiam um salario de 100 escudos mensais,quando na época o normal eram 500 ou 600 escudos,recebiam as chamadas comedorias que eram um porco gordo,anualmente,um saco de farinha,legumes,azeite e pouco mais por mês. Alem disto tinham direito a uma percentagem,creio que 10 por cento, dos borregos que as ovelhas pariam,a que chamavam "polvilhal" e que vendiam nas Feiras. Era com este rendimento que vinham ás lojas fazer as compras para toda a familia, de roupas e calçado.
Alguns,fazendo grandes economias,conseguiam juntar dinheiro para comprar uma pequena moradia para quando 
não pudessem trabalhar e amealhar para o futura,ao tempo só os empregados do Estado recebiam reformas.Voltando á atividade de Pastores,eram os cães os seus importantes auxiliares no dominio dos rebanhos,quando eram muitas
unidades tinham direito aos "ajudas" que eram crianças,
filhos ou não,que não frequentando a Escola, aprendiam uma profissão que um dia seria o seu "futuro". 
Quando nos deliciamos com um belo ensopado,ou uma perna de borrego assada no forno era bom que não esqueçamos o que é a luta diária daqueles que  dão o seu esforço para que o nosso Alentejo produza dos mais saborosos borregos do pais,embora hoje as condiçoes dos Pastores sejam melhores do que eram há 60 ou 70 anos.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Largo dos Cafés 2

No anterior artigo não citei todos os amigos,já falecidos,ou ainda presentes,mas,por lapso não citei dois que foram para mim bastante importantes,os Irmãos Gois,o Zé e o Chico,o Zé Gois era muito ativo nos nossos jogos de mesa,vivia intensamente a sua profissão na Associação de Regantes. O Chico falecido há poucos meses e o João Martins de Carvalho também foram dos amigos de todos os dias,êste ainda vive em Grandola,já em idade avançada.
Voltando ao Largo dos Cafés também recordo que sendo o centro da Vila também era aqui que na época das Ceifas os Lavradores vinham contratar os Ceifeiros oriundos do Algarve.
Para os nossos petiscos,que também era convivio,iamos sempre á Snrª Julia Ramusga que cozinhava as codornizes e outros produtos com um tempero que ainda hoje recordo com muita saudade. Em suma,o Largo dos Cafés,onde resido era o local da vila onde todos se dirigiam para os momentos de lazer,depois de um dia de trabalho.Hoje,com a evolução urbanistica,são outros os locais de convivio,como a Casa do Povo,com excelentes instalações.
Em breve junto ao Largo dos Cafés,irá abrir um local de reunião,graças á feliz iniciativa dum grupo de Jovens,que os seus objetivos sejam alcançados é o nosso desejo.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O Largo dos Cafés

A morte recente do amigo Antonio Ilidio,trouxe á minha memória os Cafés de Alvalade nos anos 40,50 e 60 do Sec.passado. O Largo não consta na toponimia da vila porque é a continuidade da Rua 23 de Agosto (rua do Posto da GNR) que termina na rua Duque da Terceira.Na esquina da rua da Cruz,o Café Pereira,no largo o Café do Espanhol, depois do Zé Duque,e o Café do Chico,era nêste Café que o meu grupo se juntava todas as noites para jogar Damas,Poker e Dominó o Antonio Ilidio era um dos mais presentes,como eram o Morais,o Chico Guerreiro,o cabo Martins,Antonio Eduardo, o Armindo e quási sempre Tecnicos agricolas que viviam na Pensão Guerreiro e trabalhavam na Estação de Culturas Regadas,havia movimento em todos os Cafés,a noite era ativa nos jogos de cartas,a bisca ou a sueca também divertiam os seus praticantes,recordo o Zé Dias,o Padilha,o Luis Damaso e outros. O Largo,depois dos Café fecharem,servia,sobretudo nas quentes noites de Verão, para longas conversas,que por vezes eram interrompidas pela GNR,não porque houvesse barulho a incomodar quem dormisse,mas porque o regime fascista da época proibia que mais de 3 pessoas se juntassem na rua,na opinião deles podia ser uma "conspiração" contra o Governo. Recordando estas épocas,constato que estão vivos,eu,o Armindo e o Luis Damaso.Também recordo os irmãos Bica,há muito falecidos como tantos outros amigos, para todos desejo que repousem em Paz. A Vida é uma passagem,para uns mais durável,para outros mais rápida,no final todos temos o mesmo Destino.    

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Voltar a Alvalade

Depois de 15 dias de férias para tratamentos termais nas magnificas Termas de S.Pedro do Sul e no Grande Hotel Lisboa,aproveitando a organização do INATEL,com o apoio de várias entidades governamentais,voltamos a Alvalade Não sei se no proximo ano,com as imposições da Troika o INATEL continuará a apoiar os seniores no Turismo e Termalismo.
Ao chegar,verificamos que o comércio continua a sofrer a crise que afeta o pais,quando antigamente na epoca atual já havia o movimento da proximidade da época natalicia.Atraves do site Alvalade.info,grande dinamizador da nossa terra, tomamos conhecimento de importantes iniciativas turisticas em outras freguesias do concelho,cujo mérito não pomos em causa,apenas lamentamos que esta importante freguesia de Alvalade continue esquecida,tendo,como outras não têm, a vantagem das acessibilidades rodoviárias e ferroviarias,alem
dos seus valores históricos,foi concelho durante 316 anos, prova de que os nossos antepassados não ignoraram os valores desta região,também não pudemos esquecer que os romanos,tendo muito por onde escolher,aqui se instalaram há mais de 2.000 anos,alem de outros povos que deixaram os vestigios que têm sido encontrados.Temos as melhores condições e confiamos no futuro,apelamos aos jovens para que tomem iniciativas na agricultura,na industria,no turismo e no comércio, nas suas diversas vertentes, para que esta região se desenvolva como merece.Nos jovens, com novas ideias, está o futuro.