EDUARDO OLIMPIO |
NATAL
Perguntei pelo Natal,
indicaram-me os rochedos..
Subi altas montanhas,
só trouxe sustos e medos
Um mendigo,previdente
avisou-me:o Natal
fica na quilha de um barco
que ainda nem é pinhal.
E minha avó,mondadeira
do trigal que eu nunca tive
dizia desta maneira;
-È dentro de uma ribeira,
tecendo os bunhos da esteira,
que o Natal,em brasas,vive.
O Vento nada sabia
e a noite,irada,afirmava
que o Natal é o meio-dia
de uma noite inacabada.
Li poemas,li romances,
mondei sonetos na horta.
Do Natal,só as nuances
da fome a rondar a porta.
Até que um dia,ó milagre
levado pelo coração,
toquei teus seios redondos
-brancas rolas,róseos pombos-
e tive o Natal na mão!
Jraposonobre@hotmail.com
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