segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

OS FORNOS DE POIA

Voltamos hoje a histórias de Alvalade no inicio do SEC.XX  para falar dos Fornos que coziam o nosso Pão.Começamos pela Cultura do Trigo, As nossas Varzeas e as nossas charnecas produziam bom Trigo. Os grandes agricultores e os Seareiros entregavam o produto á FNPT,através do Grémio da Lavoura,mas entregavam na Moagem local o Trigo para consumo anual.A Moagem,inicialmente do Snr. Fragoso foi vendida aos Snrs.Manuel Joaquim Garcia e José João da Bica.Os que não produziam Trigo compravam a Farinha na Moagem. Antes de ser instalada a 1ª Padaria a única maneira de ter Pão era Amassar em Casa e Cozer nos Fornos particulares.Em Alvalade conhecemos os Fornos da Snrª Antonia Belchior,da Snrª Libânia,do Snr. Sabino, alugado á Snrª Palmira Vicente,do Zé Galego,junto á Igreja  e da Snrª Natércia,na Rua Nova Na véspera avisava-se a Forneira que marcava a hora para ir buscar o Tabuleiro. Como cada Fornada levava várias cozeduras o Pão em massa,antes de ser cozido,levava um sinal.As cozeduras eram semanais.A Poia era o Pão para pagar á Forneira,   Quando casei no fim dos anos 50,o Alguidar da Massa,a Tábua de Tender e o Tabuleiro fizeram parte do Enxoval da minha noiva. Entretanto surgiram as Padarias com Farinhas espoadas,que não necessitavam de ser peneiradas,nas novas moagens,exemplo a de Ermidas,e pouco a pouco a população deixou de amassar em casa,os Fornos foram acabando,mas fica a saudade do pão quente ao chegar do Forno e da Tibornia que se fazia com bom azeite novo,sal e alho.  O Pão durava uma semana e ninguém se queixava de estar duro,não havia Pão no Lixo,que belas açordas se faziam...E bom recordar desse tempo o que nos dava prazer.

Jraposonobre@hotmail.com

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