sábado, 19 de janeiro de 2013

A IGREJINHA DE S SEBASTIÃO E A EXPANSÃO URBANISTICA DE ALVALADE

Têm surgido comentários sobre a eliminação das Ruínas da Igrejinha,assim como do processo das expropriações para a Expansão da vila,que nem todos correspondem á verdade.
Vamos relatar tudo o que sabemos e que corresponde á realidade : Tudo começou ainda no Governo de Marcelo Caetano,1971 ou 1972,quando Alvalade foi escolhida para Vila Modelo em zonas de Regadio.Tinhamos os canais de 3 Barragens,boas Varzeas e Industrias transformadoras de Arroz e Tomate. O Ante projeto esteve exposto para apreciação publica no átrio da Casa do Povo,mas não mereceu a concordância da população pelo facto dos edifícios a construir serem de 2 e 3 pisos.Devo já esclarecer que não estava prevista a reconstrução da Igrejinha.na foto Após o 25 de Abril de 1975 e com o apoio da Comissão Administrativa da Camara,a que pertenci,e a natural pressão da Junta de Freguesia,fui a Lisboa reunir com o Diretor de Urbanização,resultou que um Arquiteto dessa Direção viesse a Alvalade para ouvir os interessados. A reunião teve lugar na Misericórdia,tendo a população exigido Moradias de rez do chão,com Garagens e quintais amplos. Assim o tal ante projeto foi transformado em lotes de 12,15 e 18 metros de frente com fundo de 35 metros,com as moradias que todos desejavam.Mas tudo isto foi conseguido com muitas idas a Setubal e Lisboa,com grande empenhamento da Junta de Freguesia e da Camara Municipal.Foi mantido só o tipo de arruamentos e pracetas,porque para alterar tudo levaria tempo e os interessados tinham pressa em construir.Foram feitos sorteios no Salão da Casa do Povo,só no 1º foram atribuidos 120 lotes. Falemos agora das Expropriações,uma Lei assinada por Mario Soares no 1º Governo Provisório,considerou 35 parcelas de Utilidade Publica,na condição das áreas passarem logo para a posse da Camara,sendo atribuido o valor de 35 escudos o m2, julgo mas não tenho a certeza,que havia mais um valor por cada árvore.Os proprietarios que concordassem a Camara pagava    se não, podiam recorrer aos Tribunais,o que aconteceu com alguns,poucos. A Camara para facilitar as construções não exigia qualquer preço pelos lotes,cedeu em direito de superficie por 70 anos,renováveis,mediante uma pequena verba anual. Soube que anos mais tarde este regime foi alterado. Voltando á Igrejinha,as ruinas foram demolidas sem que houvesse da parte da Igreja Católica qualquer interesse. Esta é a verdade dos factos,apenas tenho uma duvida,como digo atrás,por não me lembrar do valor atribuido pelas árvores (oliveiras).Na C. Administrativa da Camara este assunto foi sempre tratado por mim,com total apoio dos outros membros,devo destacar o forte empenhamento da Junta de Freguesia na pessoa do amigo José Nunes. Foi com bastante prazer que lutei para que Alvalade tivesse  a  expansão que a população exigia,nos anos 60 e 70 em que o regadio e as fábricas trouxeram melhores rendimentos aos agricultores e aos trabalhadores.
Depois, com a Escola C+S vieram novos moradores.

Jraposonobre@hotmail.com

1 comentário:

  1. Sr Nobre. Admiro a sua memória. Passei por esses tempos mas, talvez devido so facto de so ter vindo definitivamente para Alvalade em dezembro de 1976 (antes em Almada onde trabalhava) pouco me recordo. Mas a Câmara diz que o terreno onde está implantado o Lar de Idosos tem o valor de 600 mil euros.

    ResponderEliminar