sábado, 2 de março de 2013
NEVÃO HA 30 ANOS
Quando as previsões meteológicas indicavam para o Alentejo a queda de Neve,esperamos que isso acontecesse,mas,afinal foi só no Alto Alentejo.Porém, recordamos que há 30 anos numa manhã de Fevereiro acordamos com um belo manto branco sobre a nossa Vila.Nas fotos temos o JARDIM,IGREJA DA MISERICORDIA E O COMBOIO.Lamentamos que a melhor foto que fizemos,uma galinha no nosso quintal,sobre as Parreiras então existentes,impávida e serena coberta de neveTermino com o famoso poema de Augusto Gil que decorei no meu livro da 4ª classe: Balada da Neve
Batem leve,levemente
como quem chama por mim
Será chuva?será gente?
Gente não é,certamente
e a chuva não bate assim
E talvez a ventania
Mas há pouco,há poucochinho,
nem uma agulha bolia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...
Quem bate,assim,levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve,mal se sente?
Não é chuva,nem é gente,
nem é vento com certeza.
Fui ver.A neve caia
do azul cinzento do céu
branca e leve,branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudades,Deus meu!
Olho-a através da vidraça
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e,quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...
Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto,por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança
E descalcinhos,doridos
a neve deixa inda ve-los.
primeiro,bem definidos,
depois,em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!
Que quem já é pecador
sofra tormentos,enfim!
Mas as crianças,Senhor,
porque lhes dáis tanta dor?
Porque padecem assim?
E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim,fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração
Um belo poema dum grande Poeta da lingua portuguesa que jamais esquecemos.
Jraposonobre@hotmail.com
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