terça-feira, 8 de novembro de 2011

O Largo dos Cafés

A morte recente do amigo Antonio Ilidio,trouxe á minha memória os Cafés de Alvalade nos anos 40,50 e 60 do Sec.passado. O Largo não consta na toponimia da vila porque é a continuidade da Rua 23 de Agosto (rua do Posto da GNR) que termina na rua Duque da Terceira.Na esquina da rua da Cruz,o Café Pereira,no largo o Café do Espanhol, depois do Zé Duque,e o Café do Chico,era nêste Café que o meu grupo se juntava todas as noites para jogar Damas,Poker e Dominó o Antonio Ilidio era um dos mais presentes,como eram o Morais,o Chico Guerreiro,o cabo Martins,Antonio Eduardo, o Armindo e quási sempre Tecnicos agricolas que viviam na Pensão Guerreiro e trabalhavam na Estação de Culturas Regadas,havia movimento em todos os Cafés,a noite era ativa nos jogos de cartas,a bisca ou a sueca também divertiam os seus praticantes,recordo o Zé Dias,o Padilha,o Luis Damaso e outros. O Largo,depois dos Café fecharem,servia,sobretudo nas quentes noites de Verão, para longas conversas,que por vezes eram interrompidas pela GNR,não porque houvesse barulho a incomodar quem dormisse,mas porque o regime fascista da época proibia que mais de 3 pessoas se juntassem na rua,na opinião deles podia ser uma "conspiração" contra o Governo. Recordando estas épocas,constato que estão vivos,eu,o Armindo e o Luis Damaso.Também recordo os irmãos Bica,há muito falecidos como tantos outros amigos, para todos desejo que repousem em Paz. A Vida é uma passagem,para uns mais durável,para outros mais rápida,no final todos temos o mesmo Destino.    

1 comentário:

  1. Como me recordo do largo dos cafés.......o café do Chico com o telf. n.o 8 , o café Ramusga que tinha um bilhar, o café do Espanhol sempre com a música muito alta e onde ouvi pela primeira vez o saudoso João M Tudela cantar Kanimambo .....Enfim, o movimento da vila nos anos sessenta...O homem das castanhas a apregoar......"olha a castanha assada, nem crua , nem queimada......se tem pressa, traga a travessa, se tem vagar traga o alguidar". Coisas giras do Alvalade nos meus tempos de menina quando eu ia à Casa Nobre comprar, ou uma blusa verde que usei durante muitos anos ou um tecido giro, cor de rosa para a D. Beatriz Marques me fazer o vestido do baile dos finalistas ou ainda toalhas turcas para o meu enxoval, muitas delas ainda em bom estado e que ao servir-me delas me recordo de as ter adquirido...saudosos tempos.....

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