segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

1960/1970 Os anos de Ouro em Alvalade

Alvalade viveu nos anos 60 e 70 os melhores anos da sua história recente. Foram instaladas a ECA e a Orissul,as suas Varzeas produziam o Tomate e o Arroz que criaram numerosos postos de trabalho. A ECA
 nos meses de produção trazia a Alvalade centenas de pessoas,muitos estudantes em férias que aproveitavam para levar os escudos para continuar os estudos. O CINEMA ALVALADE exibia os melhores filmes a gosto de todos,desde os cow-boys que entusiasmavam os jovens,aos drama do cinema neo-realista italianoi,como Filnos de Ninguem.Anjo Branco, Drama no Arrozal,que comoviam as senhoras,os maravilhosos  filmes da SISSI, jovem imperatriz da Austria,as gargalhadas com o fabuloso CANTINFLAS,ás grandes produções históricas, BEN-HUR, DEZ MANDAMENTOS, CLEOPATRA, uma excelente programação que era orgulho dos cinéfilhos locais. No  entanto,o maior relevo do Cinema foram os grandes espetaculos musicais com os mais destacados artistas da TV Cinema e Rádio,citamos alguns,Marco Paulo,Antonio Calvario que alem de ter vencido o Festival da RTP com a canção Oração,fez filmes de grande exito,Alberto Ribeiro que fez com Amália o filme CAPAS NEGRAS,Trio Odemira,Maria da Fé,Maria Armanda,Clemente e muitos outros.Também de citar o Hipnotizador Prof. Ferrery. A sala enchia sempre com cerca de 500 lugares. Poderá perguntar-se como era possivel trazer a Alvalade 9 ou 10 artistas,o que não acontecia noutras terras ? Aqui desvendamos o segredo,faziamos na mesma noite 2 espetaculos Alvalade e Ermidas,ou Aljustrel ou Ferreira,iniciando com 15 minutos de diferença era possivel no intervalo nos nossos carros,fazer troca de artistas,os que atuavam em Alvalade na 1ª parte iam fazer a 2ª no outro Cinema. No final com todos em Alvalade faziamos o convivio  com ceia. Também impusemos uma condição aos artistas,virem jantar a Alvalade ao restaurante da Snr. Julia Ramusga para que o publico ao ver os artistas acreditassem que realmente vinham,mas esta duvida foi só a principio,porque a seguir era normal os espetaculos esgotarem dias antes porque os bilhetes estavam á venda na Casa Nobre. Toda esta atividade terminou em fins de 1973 porque o edificio necessitava obras no teto para absoluta sagurança do publico. O proprietário da casa,a firma Granadeiro,recusou-se a fazer obras e responsabilizou a Empresa por eventual acidente. Assim terminou uma era das mais marcantes da minha vida. Poucos meses depois em 25 de Abril de 1974,novos horizontes se abriram para a nossa Felicidade. JRN

3 comentários:

  1. gostava tanto de ter conhecido este edifício nos seus tempos de glória :( lembro-me dele já degradado e triste, uma sombra do que foi.
    uma das minhas mais fortes memórias de infância está associada ao velho cinema: uma festa de Natal na escola primária. fui incumbida de declamar um poema de Natal. estava em pânico, lembro-me como se fosse ontem. nesse momento aquela pareceu-me a maior plateia do mundo... :)

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  2. Por ainda o não ter feito, desejo felicitar o Sr Nobre, meu amigo e companheiro das lides associativas, pela descrição que faz das suas vivências, transmitindo exemplos dignos de realce.
    Sobre o Cinema do Povo, também eu recordo com saudade a sua existência. Minha falecida mãe, deslocava-se dos Almargens, a 5 Kms, com outras pessoas para verem os filmes. Eu por vezes acompanhava mas como não tinha idade, assistia da bilheteira, por uma pequena abertura que dava para a sala.
    Tambem foi aí nessa sala, que pela primeira vez falei em público, logo a seguir ao 25 de Abril num comicio do MDP/CDE. Sala completamente lotada!
    Mais uma vez parabéns Amigo Nobre, oxalá outros mais sigam o seu exemplo e deitem "cá para fora" as suas vivências. Eu já o faço, no Passarinho Cantou.
    Um grande abraço do
    Luis

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